segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Pastorear em Meio ao Caos - Ricardo Agreste

Domingo, oito horas e cinqüenta e oito minutos. Assentado num dos primeiros bancos do templo, levanto os olhos para verificar se os músicos já estão prontos. Todos têm uma cópia da liturgia do culto, a qual foi previamente preparada durante a semana. Olho para minha Bíblia para verificar se o esboço do sermão está colocado no lugar exato da passagem a ser lida. Olho ao redor e vejo todos bem arrumados e assentados e, aparentemente, prontos para adorar a Deus e ouvir Sua palavra. Levanto-me e caminho até a frente para saudar a todos. Tenho em mim certa sensação de que tudo está sob controle. Assim, aos domingos a vida pastoral não parece ser tão difícil. Exige certo trabalho, sim. Mas, com alguma dedicação e preparo prévio, tudo pode ser arranjado de forma que esteja sob controle.
Terça-feira, oito horas e cinqüenta e oito minutos. Após um agradável dia de folga, estou iniciando uma nova semana de serviço pastoral. Logo pela manhã, recebo um telefonema de uma mulher que no último Domingo, assentada de braços dados com seu marido, participava de forma contagiante do culto. Com a voz trêmula, ela informa que o marido acabou de deixar a família. No dia seguinte, recebo a notícia de que um dos presbíteros da Igreja, um dos que participaram da Ceia do Senhor no último Domingo foi hospitalizado em caráter urgente e precisa ser submetido a uma cirurgia muito delicada. Na Quinta-feira entra no gabinete pastoral uma das jovens da equipe de louvor. Cumprimento-a pela linda música que cantou no culto de Domingo. Em seguida, sem levantar os olhos, ela conta-me que está grávida de seu último namorado. Chego na Sexta-feira precisando preparar a mensagem e a liturgia do próximo Domingo com a sensação de que tudo está fora de controle e o mundo retornou ao caos.
Assim, como muitos outros pastores, deparo-me com a realidade de que, apesar do Domingo ser um dia essencial no serviço pastoral, muito deste ministério precisa ser feito em meio ao caos de Segunda a Sábado. Para o aumento de meu desespero, constato que recebi muitas ferramentas para ser um bom pastor no ambiente dominical, mas estou desprovido de recursos para lidar com o mundo hostil de Segunda a Sábado. Preciso então desenvolver a arte de pastorear em meio ao caos, ou como Eugene H. Peterson coloca, "a arte de orar em meio ao tráfico".
Vender Mapas ou Guiar Vidas
Certa vez, lendo e meditando sob o encontro de Filipe com o oficial etíope descrito no capítulo oito de Atos, fui conduzido a uma profunda reavaliação de meu ministério diante de um comentário sobre o verso 31. Segundo o relato bíblico, após ser questionado por Filipe quanto à compreensão do que vinha lendo, o oficial etíope respondeu com outra pergunta: "Como poderei entender, se alguém não me explicar?"
Sempre tive por óbvio o sentido do verbo aqui traduzido por "explicar" até que percebi que o termo grego ali usado é o verbo hodogéu (guiar ou conduzir). Este verbo foi utilizado na antigüidade para definir a atividade dos guias que conduziam pessoas através do deserto. Eles tinham os pés nos mesmos caminhos que as pessoas que guiavam, enfrentavam o calor do meio-dia, bem como o frio das noites.
Em franco contraste com a imagem dos guias, temos os vendedores de mapas. Estes últimos se apresentam das formas mais criativas, possuem idéias tremendas acerca dos desertos, são detentores de um grande poder de persuasão e prometem muitas vantagens aos interessados em seu produto. No entanto, eles não ousam caminhar ao lado das pessoas debaixo do sol escaldante ou em meio às noites frias. O papel deles restringe-se a oferecer mapas para os mais variados desertos da vida.
O oficial etíope, quando questionado por Filipe, declara a necessidade de ser acompanhado por um guia através de sua jornada espiritual. Em Atos 8.31 encontramos Filipe entrando na carruagem, sentando-se ao lado do oficial e seguindo com ele o caminho. E, começando por onde aquele homem se encontrava, guiou-o até Jesus (Atos 8.35). A opção de Filipe não é a de vender mapas, mas de guiar aquele homem.
O ministério pastoral, quando centralizado somente nos eventos dominicais, em muito pode se aproximar da atividade desenvolvida pelos vendedores de mapas. O ambiente pode ser preparado para inspirar, a música ensaiada para emocionar e as palavras elaboradas para motivar, mas, o distanciamento das pessoas e do caos em que vivem pode fazer deste momento um ato de se vender mapas. Diferentemente, quando o ministério pastoral é vivido em meio ao caos e há disposição de se estar próximo e atento às crises e às dores das pessoas, a imagem cristã do guia espiritual é resgatada na comunidade. O pastor torna-se aquele que ministra com relevância não apenas aos Domingos, mas especialmente entre Domingos, guiando e conduzindo pessoas através das crises e em meio ao caos.
Oração, Escrituras e Mentoria
No desafio de pastorear vidas em meio ao caos, creio que um dos grandes obstáculos que encontramos na atualidade é a visão errônea de que cabe a nós, pastores, a tarefa de resolver problemas. No mundo científico-industrial em que vivemos, problemas são vistos como barreiras a serem transpostas, e isso de forma mais prática e imediata possível. Assim, espera-se que "bons pastores" sejam pessoas prontas para responder a qualquer questão, para dar o palpite certo em tempos de indefinição e para orar com "eficácia" diante da enfermidade, desemprego, crise familiar, entre outras coisas.
Diferentemente, na tradição cristã, os problemas são vistos não como barreiras a serem transpostas de forma imediata e pragmática, mas, como mistérios a serem explorados. Por sua vez, os pastores não são vistos como miniaturas de Deus que resolvem os problemas que lhe são apresentados, mas, como homens e mulheres prontos a caminhar, em amor e em discernimento, ao lado daqueles que enfrentam a crise e o caos. Nesta jornada, mais importante do que a solução para a dor é a percepção de Deus e de Sua ação.Por isso, como pastores, precisamos resgatar a prática da oração. Na medida em que oramos, ganhamos sensibilidade para perceber o que Deus está fazendo em nossas próprias vidas. Nossa própria história ganha sentido na medida em que percebemos o mover de Deus em nossa existência, nos conduzindo, nos lapidando e nos amando. A oração, diferentemente de muitas práticas contemporâneas, nos torna mais prontos ao mover de Deus e à confiança no que Ele está fazendo.
Além da oração, precisamos também resgatar a leitura sensível das Escrituras. Quando lemos e meditamos nas Escrituras, ganhamos sensibilidade para perceber como Deus está, constante e ativamente, presente na vida de Seu povo ao longo da História. A leitura das Escrituras oferece-nos a percepção e a convicção de que não existe casualidade, nem mesmo fatalidades. Por detrás de eventos e encontros, Deus está agindo na vida de Seu povo e a nós cabe estarmos sensíveis e atentos ao Seu mover.
No entanto, tanto a oração e a leitura sensível das Escrituras não podem ser tidas por práticas alienadoras e individualizantes. Ambas nos exercitam rumo ao pastoreio de vidas como guias que conduzem pessoas através do caos. Enquanto a oração nos convida à sensibilidade para com a ação de Deus em nossas próprias vidas, a leitura das Escrituras nos conduz à percepção da ação de Deus na História. No entanto, ambas nos preparam para a mentoria, a sensibilidade para com o que Deus está fazendo na vida daqueles que nos cercam.
Conclusão
Antigamente, como afirma Eugene Peterson, não existia muita diferença entre o que o pastor fazia aos Domingos e o que realizava entre Domingos. Tanto aos Domingos como entre Domingos, a tarefa pastoral era caracterizada pelo serviço de guiar homens e mulheres ao longo de seus desertos existenciais, através de suas crises e dores. Neste serviço, pastores faziam uso da oração e da leitura das Escrituras. No entanto, atualmente, o serviço pastoral tem se distinguido em "Ministério aos Domingos" e "Ministério entre Domingos". E a grande mudança tem se dado no caráter das atividades que um pastor faz "entre Domingos", as quais têm sido grandemente definidas como práticas para "tocar uma Igreja" assim como um empresário toca sua empresa.
No entanto, estou convencido de que a grande carência de nossas igrejas na atualidade não é a de grandes visionários com suas propostas megalomaníacas, nem de marqueteiros com suas técnicas para aumentar a visibilidade e a aceitação das igrejas no mercado, nem muito menos de "vendedores de mapas" que articulam com maestria as palavras. Nossas igrejas estão necessitando de pais dispostos a viver com seus filhos, conduzindo-os através de suas limitações e crises, com amor e paciência na direção da maturidade em Cristo Jesus. Nossas comunidades precisam de guias que, através da oração e da Palavra, ajudem as pessoas a caminharem através de suas crises e a viverem em meio ao caos.

Sobre o autor: Ricardo Agreste é pastor da Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera e Professor no Seminário Servos de Cristo em São Paulo
www.monergismo.com
Este site da web é uma realização deFelipe Sabino de Araújo Neto®Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.

Packer Se Transfere para a Igreja Anglicana do Cone Sul

Packer Se Transfere para a Igreja Anglicana do Cone Sul

O conhecido teólogo J.I. Packer, autor várias obras, dentre as quais "Evangelismo e a Soberania de Deus", um dos editores da Bíblia de Genebra, e principal figura na ala calvinista da Comunhão Anglicana, durante muitos anos ministro e professor de instituições da Igreja da Inglaterra, transferiu a sua residência canônica ministerial para a Igreja Anglicana do Cone Sul da América.

Nos últimos anos, Packer estava vinculado à Igreja Anglicana do Canadá, onde residia e lecionava no Regent College, em Vacouver, Colúmbia Britânica, onde fica a liberal Diocese de New Westminster, a primeira a aprovar a bênção de uniões entre pessoas do mesmo sexo. Packer já estava afastado, na prática, das atividades regulares da Diocese.

A Igreja Anglicana do Cone Sul da América, liderada pelo Bispo Primaz Dom Gregory J. Venables , é formada das Dioceses da Argentina, Norte-Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru e Bolívia, de linha ortodoxa e maioria evangélica, decidiu, em seu Sínodo, receber de forma emergencial e provisória, clérigos, Dioceses e Paróquias Anglicanas Ortodoxas do Canadá e dos Estados Unidos. Há dois anos a Diocese do Recife, liderada pelo Bispo Robinson Cavalcanti, está sob Autoridade Primacial daquela Província Anglicana, que, agora, está em adiantado processo conclusivo para uma filiação formal.

Fonte : Whitehorsetavern Digest, 12/13 de dezembro de 2007.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

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Creio em Avivamento

Creio em Avivamento por Augustus Nicodemus

O termo “avivamento” tem sido usado para designar momentos específicos na história da Igreja em que Deus visitou seu povo de maneira especial, pelo Espírito, trazendo quebrantamento espiritual, arrependimento dos pecados, mudança de vidas, renovação da fé e dos compromissos com ele, de tal forma que as igrejas, assim renovadas, produzem um impacto distinto e perceptível no mundo ao seu redor. Entre os exemplos mais conhecidos está o grande avivamento acontecido na Inglaterra e Estados Unidos durante o século XVIII, associado aos nomes de George Whitefield, João Wesley e Jonathan Edwards. Há registros também de poderosos avivamentos ocorridos na Coréia, China, África do Sul. Há vários livros que trazem o histórico dos avivamentos espirituais mais conhecidos.“Avivamento” é uma palavra muito gasta hoje. Ela está no meio evangélico há alguns séculos. As diferentes tradições empregam-na de várias formas distintas. O termo remonta ao período dos puritanos (séc. XVII), embora o fenômeno em si seja bem mais antigo, dependendo do significado com que empregarmos o termo. O período da Reforma protestante, por exemplo, pode ser considerado como um dos maiores avivamentos espirituais já ocorridos.Há diversas obras clássicas que tratam do assunto. Elas usam a palavra “avivamento” no mesmo sentido que “reavivamento”, isto é, a revivificação da religião experimental na vida de cristãos individuais ou mesmo coletivamente, em igrejas, cidades e até países inteiros. Vários puritanos escreveram extensas obras sobre o assunto, como Robert Fleming [1630-1694], The Fulfilling of the Scripture, Jonathan Edwards [1703-1758] em várias obras e um dos mais extensos e famosos, John Gillies [1712-1796], Historical Collections Relating to Remarkable Periods of the Success of the Gospel [Coleção de Registros Históricos de Períodos Notáveis do Sucesso do Evangelho].Mas, não foi por ai que eu comecei. O primeiro livro que li sobre avivamento foi Avivamento: a ciência de um milagre, da Editora Betânia. Eu era recém convertido e o livro me foi doado por um pastor que percebeu meu interesse pelo assunto. O livro tratava do ministério de Charles Finney, que ministrou nos Estados Unidos no século XIX, e registrava eventos extraordinários que acompanhavam as suas pregações, como conversões de cidades inteiras. Além das histórias, o livro trazia extratos de obras do próprio Finney onde ele falava sobre avivamento. Para Finney, um reavivamento espiritual era o resultado do emprego de leis espirituais, tanto quanto uma colheita é o resultado das leis naturais que regem o plantio. Não era, portanto, um milagre, algo sobrenatural. Se os crentes se arrependerem de seus pecados, orarem e jejuarem o suficiente, então Deus necessariamente derramará seu Espírito em poder, para converter os incrédulos e santificar os crentes. Para Finney, avivamento é resultado direto do esforço dos crentes em buscá-lo. Se não vem, é porque não estamos buscando o suficiente.As idéias de Finney marcaram o início de minha vida cristã. Hoje, muitos anos e muitos outros livros depois, entendo o que não poderia ter entendido à época. Finney era semi-pelagiano e arminiano, e muito do que ele ensinou e praticou nas reuniões de avivamento que realizou era resultado direto da sua compreensão de que o homem não nascia pecador, que era perfeitamente capaz de aceitar por si mesmo a oferta do Evangelho, sem a ajuda do Espírito Santo. As idéias de Finney sobre avivamento, principalmente o conceito de que o homem é capaz de produzir avivamento espiritual, influenciaram tremendamente setores inteiros do evangelicalismo e do pentecostalismo. Hoje, tenho outra concepção acerca do assunto.Eu uso o termo avivamento no sentido tradicional usado pelos puritanos. E portanto, creio que é seguro dizer que apesar de toda a agitação em torno do nome, o Brasil ainda não conheceu um verdadeiro avivamento espiritual. Depois de Finney, Billy Graham, do metodismo moderno e do pentecostalismo em geral, “avivamento” tem sido usado para designar cruzadas de evangelização, campanhas de santidade, reuniões onde se realizam curas e expulsões de demônios, ou pregações fervorosas. Mais recentemente, após o neopentecostalismo, avivamento é sinônimo de louvorzão, dançar no Espírito, ministração de louvor, show gospel, cair no Espírito, etc. etc. Nesse sentido, muitos acham que está havendo um grande avivamento no Brasil. Eu não consigo concordar. Continuo orando por um avivamento no Brasil. Acho que ainda precisamos de um, pelos seguintes motivos:1. Apesar do crescimento numérico, os evangélicos não têm feito diferença na sociedade brasileira quanto à ética, usos e costumes, como uma força que influencia a cultura para o bem, para melhor. Historicamente, os avivamentos espirituais foram responsáveis diretos por transformações de cidades inteiras, mudanças de leis e transformação de culturas. Durante o grande avivamento em Northampton, dois séculos atrás, bares, prostíbulos e casernas foram fechados, por falta de clientes e pela conversão dos proprietários. A Inglaterra e a Escócia foram completamente transformadas por avivamentos há 400 anos.2. Há muito show, muita música, muito louvor – mas pouco ensino bíblico. Nunca os evangélicos cantaram tanto e nunca foram tão analfabetos de Bíblia. Nunca houve tantos animadores de auditório e tão poucos pregadores da palavra de Deus. Quando o Espírito de Deus está agindo de fato, ele desperta o povo de Deus para a Palavra. Ele gera amor e interesse nos corações pela revelação inspirada e final de Deus. Durante os avivamentos históricos, as multidões se reuniam durante horas para ouvir a pregação da Palavra de Deus, para ler as Escrituras, à semelhança do avivamento acontecido na época de Esdras em Israel, quando o povo de Deus se quedou em pé por horas somente ouvindo a exposição da Palavra de Deus. Não vemos nada parecido hoje. A venda de CDs e DVDs com shows gospel cresce em proporção geométrica no Brasil e ultrapassa em muito a venda de Bíblias.3. Há muitos suspiros, gemidos, sussurros, lágrimas, olhos fechados e mãos levantadas ao alto, mas pouco arrependimento, quebrantamento, convicção de pecado, mudança de vida e santidade. Faz alguns anos recebi um convite para pregar numa determinada comunidade sobre santidade. O convite dizia em linhas gerais que o povo de Deus no Brasil havia experimentado nas últimas décadas ondas sobre ondas de avivamento. “O vento do Senhor tem soprado renovação sobre nós”, dizia o convite, mencionando em seguida como uma das evidências o surgimento de uma nova onda de louvor e adoração, com bandas diferentes que “conseguem aquecer os nossos ambientes de culto”. O convite reconhecia, porém, que ainda havia muito que alcançar. Existia especialmente um assunto que não tinha recebido muita ênfase, dizia o convite, que era a santidade. E acrescentava: “Sentimos que precisamos batalhar por santidade. Por isto, estamos marcando uma conferência sobre Santidade...” Ou seja, pode haver avivamento sem santidade! Durante um verdadeiro avivamento, contudo, os corações são quebrantados, há profunda convicção de pecado da parte dos crentes, gemidos de angústia por haverem quebrado a lei de Deus, uma profunda consciência da corrupção interior do coração, que acaba por levar os crentes a reformar suas vidas, a se tornarem mais sérios em seus compromissos com Deus, a mudar realmente de vida.4. Um avivamento promove a união dos verdadeiros crentes em torno dos pontos centrais do Evangelho. Historicamente, durante os avivamentos, diferenças foram esquecidas, brigas antigas foram postas de lado, mágoas passadas foram perdoadas. A consciência da presença de Deus era tão grande que os crentes se uniram para pregar a Palavra aos pecadores, distribuir Bíblias, socorrer os necessitados e enviar missionários. Em pleno apartheid na África do Sul, estive em Kwasizabantu, local onde irrompeu um grande avivamento espiritual em 1966, trazendo a conversão de milhares de zulus, tswanas e africaners. Foi ali que vi pela primeira vez na África do Sul as diferentes tribos negras de mãos dadas com os brancos, em culto e adoração ao Senhor que os havia resgatado.5. Um avivamento dissipa o nevoeiro moral cinzento em que vivem os cristãos e que lhes impede de ver com clareza o certo e o errado, e a distinguir um do outro. Durante a operação intensa do Espírito de Deus, o pecado é visto em suas verdadeiras cores, suas conseqüências são seriamente avaliadas. A verdade também é reconhecida e abraçada. A diferença entre a Igreja e o mundo se torna visível. Fazem alguns anos experimentei um pouco disso, numa ocasião muito especial. Durante a pregação num domingo à noite de um sermão absolutamente comum em uma grande igreja em Recife fui surpreendido pelo súbito interesse intenso das pessoas presentes pelo assunto, que era a necessidade de colocarmos nossa vida em ordem diante de Deus. Ao final da mensagem, sem que houvesse apelo ou qualquer sugestão nesse sentido, dezenas de pessoas se levantaram e vieram à frente, confessando seus pecados, confissões tremendas entrecortadas por lágrimas e soluços. O culto prolongou-se por mais algumas horas. E era um culto numa igreja presbiteriana! O clima estava saturado pela consciência da presença de Deus e os crentes não podiam fazer outra coisa senão humilhar-se diante da santidade do Senhor.6. Um avivamento espiritual traz coragem e ousadia para que os cristãos assumam sua postura de crentes e posição firme contra o erro, levantando-se contra a tibieza, frouxidão e covardia moral que marca a nossa época.7. Um avivamento espiritual desperta os corações dos crentes e os enche de amor pelos perdidos. Muitos dos missionários que no século passado viajaram mundo afora pregando o Evangelho foram despertados em reuniões e pregações ocorridas em tempos de avivamento espiritual. Os avivamentos ocorridos nos Estados Unidos no século XIX produziram centenas e centenas de vocações missionárias e coincidem com o período das chamadas missões de fé. Em meados do século passado houve dezenas de avivamentos espirituais em colégios e universidades americanas. Faz alguns anos ouvi Dr. Russell Shedd dizer que foi chamado para ser missionário durante seu tempo de colégio, quando houve um reavivamento espiritual surpreendente entre os alunos, que durou alguns dias. Naquela época, uma centena de jovens dedicou a vida a Cristo, e entre eles o próprio Shedd.Não ignoro o outro lado dos avivamentos. Quando Deus começa a agir, o diabo se alevanta com todas as suas forças. Avivamentos são sempre misturados. Há uma mescla de verdade e erro, de emoções genuínas e falsas, de conversões verdadeiras e de imitações, experiências reais com Deus e mero emocionalismo. Em alguns casos, houve rachas, divisões e brigas. Todavia, pesadas todas as coisas, creio que um avivamento ainda vale a pena.Ao contrário de Finney, não creio que um avivamento possa ser produzido pelos crentes. Todavia, junto com Lloyd-Jones, Spurgeon, Nettleton, Whitefield e os puritanos, acredito que posso clamar a Deus por um, humilhar-me diante dele e pedir que ele comece em mim. Foi isso que fizeram os homens presbiterianos da Coréia em 1906, durante uma longa e grave crise espiritual na Igreja Coreana. Durante uma semana se reuniram para orar, confessar seus pecados, se reconciliarem uns com os outros e com Deus. Durante aquela semana Deus os atendeu e começou o grande avivamento coreano, provocando milhares e milhares de conversões genuínas meses a fio, e dando início ao crescimento espantoso dos evangélicos na Coréia.Só lamento em tudo isso que os abusos para com o termo “avivamento” tem feito com que os reformados falem pouco desse tema. E pior, que orem pouco por ele.
Sexta-feira, Novembro 02, 2007 (Augustus Nicodemos)
Escatologia Amilenista
Os Últimos Dias A Vinda de Cristo A Segunda Vinda de Cristo Uma Vinda Final de Cristo Sinais da Vinda de Cristo O Arrebatamento Uma Vinda Súbita e Inesperada A Vinda em Breve de Cristo A Maravilha da Vinda de Cristo O Milênio Pré-Milenismo e Dispensacionalismo Comparados Os Erros do Pré-Milenismo Os Erros do Dispensacionalismo Erros Adicionais do Dispensacionalismo Pós-Milenismo Pós-Milenismo Moderno Amilenismo Os Novos Céus e a Nova Terra Literalismo e Apocalipse 20 Uma RessurreiçãoA MorteA Necessidade da Nossa Ressurreição A Ressurreição do Corpo A Maravilha da Ressurreição O Estado Intermediário A Imortalidade da Alma A Grande Tribulação O Anticristo O Juízo Um Único Juízo Final

FONTE: http://monergismo.blogspot.com/2006/08/escatologia-amilenista.html

NÃO DEIXE DE ESTUDAR ESSA DOUTRINA BÍBLICA

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

12 de Outubro: Dia da Padroeira do Brasil?

O Padre Júlio J. Brustoloni, missionário redentorista, no seu livro História de Nossa Senhora da Conceição Aparecida — A Imagem, o Santuário e as Romarias - p. 115, após achar que a imagem é motivo de contradição para muitos crentes (protestantes, evangélicos, especialmente Pentecostais), diz: O mais grave não é negar o culto à imagem de Nossa Senhora Aparecida, mas sim não aceitar o papel de Maria no plano de salvação estabelecido por Deus. Eles aceitam que o seu Filho nasceu de uma mulher, Maria, mas não reconhecem o culto devido àquela Mulher que esmagou com sua descendência a cabeça do demônio, e que, por vontade de Deus, foi colocada em nosso caminho de salvação para interceder por nós. Com um único versículo da Bíblia, provavelmente muito conhecido pelo padre, sua teoria é desmontada: Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto (Mt 4.10b). Além do mais, não acreditamos que aquela imagem de barro, intitulada Nossa Senhora da Conceição Aparecida, seja um retrato de Maria, mãe do Senhor Jesus Cristo, conforme nos revela a Bíblia Sagrada. São declarações como as do padre Júlio J. Brustoloni, ou o espantoso livro de S. Afonso de Ligório "As Glórias de Maria", que transferem, sem a menor cerimônia, todos os atributos e honras que pertencem exclusiva-mente ao Senhor Jesus para Maria ou a tentativa malabarista da CNBB com o livreto "Com Maria, Rumo ao Novo Milênio" -uma forçosa tentativa de justificar o culto mariano, é que nos faz pronunciar, mostrando um outro caminho, aquele da Bíblia, sem retórica ou esforço, um caminho cândido, sereno e verdadeiro, com todo respeito e amor aos católicos ro­manos, que todo cristão deveria ter, apresentando-se firmes no tocante a sã doutrina (2 Tm 4.1-5). Trata-se de uma pequena imagem de barro, medindo 39 centímetros e pesando aproximadamente 4,5 kg, sem o manto e a coroa, que foram acrescentados1. As Anuas dos Padres Jesuítas de 15 de janeiro de 1 750, dizem que, aquela imagem foi moldada em barro, de cor azul escuro; é afamada por causa dos muitos milagres realizados2. Dr. Pedro de Oliveira Neto, que estudou a imagem, apresentando o resultado em 13 de abril de 1967, afirma, em contrapartida: A imagem encontrada pelos pesca-dores junto ao Porto de ltaguaçu, e que hoje se venera na Basílica Nacional, é de barro cinza claro, como constatei, barro que se vê claramente em recente esfola-dura no cabelo3. A mesma conclusão chegaram os artistas do MASP — Museu de Artes de São Paulo - em 1978, declarando: Constatamos pelos fragmentos da Imagem em terracota, que ela é da primeira meta­de do século XV!!, de artista seguramente paulista, tanto pela cor como pela qualidade do barro empregado e, também, pela própria feitura da escultura (4). Essa pequena imagem feita de barro representa Maria para o catolicismo romano. Segundo o Dr. Pedro de Oliveira Neto, a imagem de barro foi feita por um discípulo do Frei Agostinho da Piedade: A Imagem de Nossa Senhora Aparecida é paulista, de arte erudita, feita provavelmente na primei­ra metade de 1600, por discípulo, mas não pelo próprio mestre, do beneditino Frei Agostinho da Piedade. Os estudiosos, observando o estilo da imagem, concluíram que o autor da imagem foi o Frei Agostinho de Jesus, sendo provavelmente esculpida em 1650, no mosteiro beneditino de Santana de Parnaíba, SP (5). Apresentaremos algumas hipóteses razoáveis, embora nunca tenhamos a certeza do fato. Nossa análise levará em consideração apenas as possibilidades culturais, religiosas e históricas. O livro de Gilberto Aparecido Angelozzi, Aparecida a Senhora dos Esquecidos, Ed Vozes; Capítulo III — p. 55-66, expõe alguns possíveis motivos sobre o assunto em questão. Partindo do princípio de que realmente os pescadores acharam a imagem da Conceição Aparecida no rio, podemos então desenvolver as seguintes idéias: A teoria de que a imagem foi trazida pelos colonizadores brancos • Por famílias que se instalaram no vale do Paraíba; pelos bandeirantes, pois eles carregavam imagens de Maria por onde quer que passas­sem; • pelos missionários carmelitas, franciscanos e jesuítas que passaram por aquela região; por algum comerciante ou vendedor ambulante e ter sido quebrada em sua bagagem; poderia fazer parte de um oratório familiar e, ao ter sido quebrado o pescoço da imagem, ter sido lançada ao rio. A teoria de que a imagem foi lançada no rio por escravos negros Algum escravo negro, devido ao sincretismo religioso, poderia associar a imagem à de algum orixá, especialmente aos que estão associados às águas; poderia ter lançado a imagem nas águas como um oferecimento a algum orixá, fazendo pedidos relacionados à saúde: engravidar, gravidez de risco, proteção à criança etc; poderia ter sido lançado nas águas para se obter riquezas ,ouro, dinheiro, pedras preciosas etc. A teoria das lendas indígenas Uma lenda indígena relata que eles criam na grande cobra que habitava nos rios a Cobra Norato. Durante o dia era uma terrível cobra e à noite era um jovem que dançava com as moças. Algum padre teria lançado a imagem para proteger os índios; Outra lenda diz que, na cidade de Jacareí, apareceu uma grande cobra e alguém a enfrentou lançando a imagem da Imaculada Conceição ao rio, fazendo com que a cobra fugisse. A teoria oficial da Igreja Católica Romana O catolicismo romano possui duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (1 Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá) e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma (Annuae Litterae Provinciae Brasilíanae, anni 1748 et 1749)6. A narrativa diz basicamente que, no ano de 1719, os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso lançavam suas redes no Porto de José Corrêa Leite, prosseguindo até o Porto de ltaguassu. Lançando João Alves a sua rede de rastro neste porto, tirou o corpo da Senhora, sem cabeça. Lançando mais abaixo outra vez a rede, conseguiu trazer a cabeça da mesma Senhora. Não tinham até aquele momento apanhado peixe algum. A partir de então, fizeram uma copiosa pescaria que encheu as canoas de peixes. Após esse milagre, surgiram outros relacionados à imagem. A explicação do Dr. Aníbal Pereira dos Reis Segundo o Dr. Aníbal Pereira dos Reis ex-sacerdote, ordenado em 1949, formado em Teologia e Ciências Jurídicas pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo, em seu livro A Senhora Aparecida, Edições Caminho de Damasco Ltda, SP, 1988; trata-se de uma grande armação do padre José Alves Vilela , pároco da matriz local. Segundo suas investigações, foi o padre José Alves Vilela quem colocou a imagem no rio e iniciou planejadamente a divulgação dos supostos milagres, além de estar manipulando todo tempo a imagem e divulgando seus supostos milagres. Pequena cronologia da Imagem 1717— Pescadores apanharam no rio a Imagem da Conceição Aparecida 1745-1903 — A festa principal da Conceição Aparecida é celebrada em 08 de dezembro; 1888 — No dia 06 de novembro, a princesa Isabel visita pela segunda vez a basílica e deixa como ex-voto uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis; 1929 — Celebração dos 25 anos da Coroação de Maria em um Congresso Mariano; 1930— No dia 16 de julho, o Papa Pio XI assina o decreto, declarando Conceição Aparecida a Padroeira do Brasil; 1931 — No dia 31 de maio, a imagem de barro da Conceição Aparecida é declarada, oficialmente, na Capital Federal a Padroeira do Brasil. Getúlio Dornelles Vargas, era o presidente naquela época. Segundo o padre Júlio J. Brusto­loni, Na Esplanada do Castelo, outra multidão aguardava a chegada da Imagem Milagrosa. No grande estrado, junto do altar da Padroeira, encontravam-se o Presidente da Re­pública, Dr. Getúlio Dornelles Vargas, Ministros de Estado, membros do Corpo Diplomático credenciados junto do nosso governo, e outras autoridades civis, militares e eclesiásticas. O Sr. Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masella, estava ao lado do Presidente e sua família. Na Esplanada, a Imagem percorreu as diversas quadras para que o povo pudesse vê-la de perto, e, ao chegar ao altar, Dom Leme deu-a a beijar ao Presidente e sua família. Um silêncio profundo invadiu a Esplanada, quando a Imagem foi colocada no altar. Após o discurso de saudação, Dom Leme iniciou o solene ato da proclamação de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil7. Segundo relata o padre Júlio, após a cerimônia, o povo católico romano gritou: Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente. Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa Pá­tria! Senhora Aparecida, o Brasil vos ama, o Brasil em vós confia! Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama, Salve Rainha!8 O QUE É IDOLATRIA Vejamos algumas definições: Ídolo. S.m. 1. Estátua ou simples objeto cultuado como deus ou deusa, 2. Objeto no qual se julga habitar um espírito, e por isso venerado. 3. Fig. Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo. Idólatra. Adj. 2 g. 1. Respeitante à, ou próprio da idolatria. 2. Que adora ídolos. 3. Idolátrico (2). * s. 2 g. 4. Pessoa que adora ídolos; Idolatrar. V t. d. 1. Prestar idolatria (1) a; amar com idolatria (1); adorar, venerar. 2. Amar com idolatria (2), com excesso, cegamente. Int. 3. adorar ídolos; praticar a idolatria (1). Idolatria. SE. 1. Culto prestado a ídolos. 2. Amor ou paixão exa­gerada, excessiva9. Idolatria- 1. Essa palavra vem do grego, eídolon, ídolo, e latreúein, adorar. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição etc, que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos ( 10). O culto à imagem esculpida, deuses de fundição, imagem de escultura, estátua, figura de pedra, imagens sagradas ou ídolos é idolatria e profanam a ordem divina. Não farás para ti imagens esculpidas, nem qualquer imagem do que existe no alto dos céus, ou do que existe embaixo, na terra, ou do que existe nas águas, por debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto (Ex 20.4) Não vos voltareis para os ídolos, nem fareis para vós deuses de fundição. Eu sou o Senhor vosso Deus (Lv 19.4) Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem de escultura nem estátua, nem poreis figura de pedra na vossa terra para inclinar-vos diante dela. Eu sou o Senhor vos­soDeus (Lv26.1) Confundidos sejam todos os que adoram imagens de esculturas, que se gloriam de ído­los inúteis... (SI 9 7.7) Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não fa­lam, têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem, têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam, têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua gar­ganta; Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem, e todos os que neles confiam. (SI .115.4-9 e 135.15-18) A tua terra está cheia de ídolos, inclina­ram-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos. Pelo que o homem será abatido, e a humanidade humilhada; não lhes perdoes! (Is 2.8-9) ... Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás (Mt 4.11; Lc 4.8) O principal de todos os mandamentos é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor! Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a sua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças (Mc .12.29-30; Mt 22.37). Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e impor­ta que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo.4.23-24) Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em si mesmo vendo a cidade tão entregue à idolatria (At 1 7.16) Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus (1 Co 6.10-11; Ef5.5) Não vos façais idólatras, como alguns deles; como está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar (1 Co 10.7). E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Pois vós sois santuários do Deus vivente... (2 Co 12.2) As obras da carne são conhecidas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras pelejas, dissensões, facções, invejas, bebedices, orgias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos preveni, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (GI 5.5) Filhinhos, guardai-vos dos ídolos(1 Jo5.21) * Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda mor­te (Ap 21.8) Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo aquele que ama e pratica a mentira (Ap. 22.1 5). Deus proibiu ao seu povo a confecção e o culto a imagens, estátuas etc, visto que os povos pagãos atribuíam a esses artefatos de barro, madeira ou outro material corruptível, um caráter religioso. Acreditavam, além do mais, que a divindade se fazia presente por meio dessa prática. O Deus Todo-Poderoso ensinou seu povo a não cultuar imagens. Sua palavra era tão poderosa no coração do seu povo, que, embora muitos homens santos, profetas e sacerdotes, homens exemplares, com todas as virtudes para serem canonizados (os heróis da Bíblia), não foram pretextos para serem adorados ou cultuados, nem fizeram suas imagens e nem lhes prestaram culto. Deus proibiu seu povo de fabricar imagens de escultura, de fundir imagens para cultuá-las (Ex 20.23 e 34.1 7). Algumas imagens que Deus mandou fazer não tinham por objetivo elevar a piedade de Israel e nem ser­viam de modelo para reflexão ou conduta. Eram apenas símbolos decorativos e representativos. Deus mandou fazer a Arca da Aliança; mandou fazer figuras de querubins no Tabernáculo e no Templo, entre outros utensílios (1 Rs 6.23-29; 1 Cr 22.8-1 3; 1 Rs 7.23-26) , além de outros ornamentos (1 Rs 7.23-28). Essas figuras, porém, jamais foram adoradas ou veneradas, ou vistas como objeto de culto. Se os filhos de Israel tivessem adorado, cultuado ou venerado esses objetos, sem dúvida, Deus mandaria destruí-los. Foi isso o que aconteceu com a serpente de bronze, levantada por Moisés no deserto, quando se tornou objeto de culto (2 Rs 18.4). Quando analisamos esta questão na história da nação de Israel, o povo que recebeu os mandamentos de Deus e a preocupação dos judeus religiosos em manter-se fiéis, podemos entender que, apesar do Antigo Testamento proibir a confecção de imagens relativamente, no entanto a adoração ou culto a imagens era absolutamente proibido: Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto (Ex 20.4b). Em algumas sinagogas do século III e até hoje encontramos pinturas de heróis da fé em seus vitrais etc, jamais, entretanto, veremos judeus orando, cultuando ou invocando Moisés, Abraão ou Ezequiel. Não encontramos argumento algum que justifique o culto, veneração ou a fabricação de imagens no Novo Testamento. • A Bíblia mostra que Paulo sofria por ver o povo entregue a idolatria: Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria (At 1 7.1 6). • Paulo foi atacado pelos artífices, ourives e comerciantes de imagens: Certo ourives, por nome Demétrio, que fazia de prata miniaturas do templo de Diana, dava não pouco lucro aos artífices. Eles os ajuntou, bem como os oficiais de obras semelhantes, e disse: Senhores, vós bem sabeis que desta indústria vem nossa prosperidade. E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que fazem com as mãos. Não somente há perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram. Ouvindo isto, encheram-se de ira, e clamaram: Grande é a Diana dos efésios! (Atos 19.24-28) O culto aos santos só começa a partir de cem anos, aproximadamente, depois da mor­te de Jesus, com uma tímida veneração aos mártires11. A primeira oração dirigida expressamente à Mãe de Deus é a invocação Sub tuum praesidium, formulada no fim do século III ou mais provavelmente no início do 1V12. Não podemos dizer que a veneração dos santos — e muito menos a da Mãe de Cristo — faça parte do patrimônio original13. Se o culto aos santos e a Maria fosse correto, João, que escreveu o último evangelho, aproximadamente no ano 100 d.C. , certamente falaria sobre o assunto e incentivaria tal prática. Ele, porém, nos adverte: Filhinhos, guardai-vos dos ídolos (1 Jo 5.21). Na luta para justificar o culto às imagens, bem como seu uso nas Igrejas, os católicos apresentam a teoria da pedagogia divina. D. Estevão Bettencourt resume assim a teoria: . . .0s cristãos foram percebendo que a proibição de fazer imagens no Antigo Testamento tinha o mesmo papel de pedagogo (condutor de crianças destinado a cumprir as suas funções e retirar-se) que a Lei de Moisés em geral tinha junto ao povo de Israel. Por isto, o uso das imagens foi-se implantando. As gerações cristãs compreenderam que, segundo o método da pedagogia divina, atualizada na Encarnação, deveriam procurar subir ao Invisível passando pelo visível que Cristo apresentou aos homens; a meditação das fases da vida de Jesus e a representação artística das mesmas se tornaram recursos com que o povo fiel procurou aproximarse do Filho de Deus14. Assim criaram a idéia de que, nas igrejas as imagens torna­ram-se a Bíblia dos iletrados, dos simples e das crianças, exercendo função pedagógica de grande alcance. E o que notam alguns escritores cristãos antigos: O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente (S. Gregório de Nissa, Panegírico de S. Teodoro, PG 46,73 7d). O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados (São João Damasceno,De imaginibus 1 1 7 PG 94, 1 248c)5 Levando-se em consideração que um dos objetivos da Igreja Católica Romana é ensinar a Bíblia ao povo através das imagens, especialmente aos menos alfabetizados, surge-nos algumas perguntas: Por que se faz culto a elas, se o objetivo é ensinar a Bíblia? Por que após passar dezenas de anos, com milhares de católicos alfabetizados, ainda insistem em cultuar imagem? Se realmente a imagem fosse o livro daqueles que não sabem ler, por que os católicos alfabetizados são tão devotos e apegados às imagens? Será que podemos desobedecer a Bíblia para superar uma deficiência de entendimento? Onde está a base bíblica para esta Teoria da Pedagogia Divina? Será que a encarnação do verbo poderia servir de base para se fazer imagens dos santos e cultuá-los? A Igreja Católica Romana apresenta basicamente duas fontes para justificar o culto às imagens: a tradição e as opiniões de seus líderes. Em resumo: opinião dos homens. Citam a Bíblia quando existe alguma possibilidade de apoio às suas doutrinas. Esquecem o ensino do famoso clérigo católico romano, Padre Vieira: As palavras de Deus prega­das no sentido em que Deus as disse, são palavras de Deus; mas pregadas no sentido em que nos queremos, não são palavras de Deus, antes podem ser palavras do demônio16. A Palavra de Deus condena o culto às imagens. Os argumentos do catolicismo romano a favor do culto às imagens fazem-nos lembrar de um rei na Bíblia, chamado Saul, que quis agra­dar a Deus com sua opinião, mesmo contrariando frontalmente a Palavra de Deus (1 Sm 15.1-23). O catolicismo romano, de modo semelhante, contrariando a Bíblia, entende que a imagem é o livro daqueles que não sabem ler. O rei Saul, achava que oferecer sacrifícios era melhor, mais lógico, mais correto, mais racional. Acreditava que estava prestando um grande serviço a Deus (1 Sm 15.20-21). Deus, no entanto, o reprovou, dizendo: Tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à sua palavra? Obedecer é melhor do que sacrificar, e atender melhor é do que a gordura de carneiros (1 Sm15.22). Deus proíbe terminantemente o culto a ídolos e imagens (Ex 20.1 -6; Lv 26.1; Nm 33.52; Dt.27.15; 2 Rs .21.11; Sl115.3-9; 135.15-18; 1s2.18; 41.29; Ez 8.9-12; Mt4.1 1; At 15.20; 21.25; 2 Co 6.16). O catolicismo romano ensina o culto à imagem inventando uma teoria, contrária à Bíblia e insiste em dizer que está fazendo isso para ajudar a obra de Deus. Ainda que Saul pensas­se estar prestando um serviço a Deus, como fazem aqueles que prestam culto à imagem da Conceição Aparecida, seu ato foi uma desobediência à Palavra de Deus, e isso é considerado rebelião (1 Sm 15.21-26).A Bíblia diz: rebelião é como pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Por­quanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou... (1 Sm 1 5.2 3). Prezado leitor, o culto às imagens será sempre uma abominação a Deus. E a marca e a continuidade do paganismo. Cristianismo é a fé exclusiva na obra do Senhor Jesus (Jo.3.1 6; Rm5.8; Ef2.8-9;1 Tm2.5;Tt2.11).E adoração exclusiva a Deus: .. Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás (Mt 4.11; Lc 4.8). O principal de todos os mandamentos é Ouve, á Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor! Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a sua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças (Mc 1 2.29-3Q~ Mt 92 37). Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23-24). ENTENDENDO A ESTRUTURA PIRAMIDAL DO CULTO DA IGREJA CATÓLICA LATRIA - ADORAÇÃO A DEUS HIPERDU LIA - DEVOÇÃO Á MARIA DULIA- DEVOÇÃO AOS SANTOS E AOS ANJOS A Dificuldade do Catolicismo Romano para justificar essa Teoria. Se os católicos romanos se limitassem a exaltar os heróis da fé, e a propô-los como modelo a ser seguido, não haveria nenhum problema. Assim agem também os cristãos genuínos. Infelizmente, não é isso que acontece. Por mais que o líderes católicos romanos se esforcem em suas infindáveis apologias ou explicações, elas não passam de tentativas vãs e superficiais. Exemplo dessa tentativa é a teoria de três tipos de devoção: a dulia, a hiperdulia e a latria. Perguntamos: qual a diferença que pode haver entre a dulia e a hiperdulia? Qual a diferença das duas com a latria? A verdade é que os três termos se confundem. Os dois termos (dulia e hiperdulia) podem estar envolvidos com a latria e tudo se torna uma distinção que não distingue coisa alguma. As pessoas que se prostram diante de uma imagem da Conceição Aparecida, ou de São João, ou de São Sebastião ou de Jesus sabem que estão cultuando em níveis diferentes? Para elas não seria tudo a mesma coisa? Imagine um católico romano bem instruí­do que vai para o culto. Primeiramente ele pretende cultuar São João. Dobra então seus joelhos diante da imagem de São João e pratica a dulia. Depois, irá prestar culto a Maria, deixando, nesse momento, de praticar a dulia e passando a praticar a hiperdulia. Finalmente, com intenção de cultuar a Deus, ele começa a praticar a latria. Não acreditamos que o povo católico ro­mano saiba diferenciar a dulia, a hiperdulia e a latria, e mesmo que soubesse diferenciá-las, dificilmente conseguiria respeitar os limites de cada uma. Qual é a diferença? Adoração e Veneração. Há diferença entre adorar e prestar culto? Se prostrar-se diante de um ser, dirigir-lhe orações e ações de graça, fazer-lhe pedidos, cantar-lhe hinos de louvor não for adoração, fica difícil saber o que o catolicismo romano entende por adoração. Chamar isso de veneração é subestimar a inteligência humana. Culto aos santos. Analisando essas práticas católicas à luz da Bíblia e da história, fica claro que são práticas pagãs. O papa Bonifácio IV, em 610, celebrou pela primeira vez a festa a todos os santos e substituiu o panteão romano (templo pagão dedicado a todos os deuses) por um templo cristão para que as relíquias dos santos fossem ali colocadas, inclusive Maria. Dessa forma o culto aos santos e a Maria17 substituiu o culto aos deuses e as deusas do paganismo. Maria é deusa para os católicos? Os católicos manifestam um sentimento de profunda tristeza quando afirmamos que Maria é reconhecida como deusa no catolicismo. Dizem que não estamos sendo honestos com essa declaração, mas os fatos falam por si mesmos.O livro Glórias de Maria, publicado em mais de 80 línguas, da autoria de Afonso Maria de Ligório, canoniza­do pelo Papa, atribui à Maria toda a honra e toda a glória que a Bíblia confere ao Senhor Jesus Cristo. Chama Maria de onipotente, além de mencionar outros atributos divinos: Sois onipotente, á Maria, visto que vosso Filho quer vos honrar, fazendo sem demora tudo quanto vós quereis18. .Os pecadores só por intercessão de Maria obtém o per­dão19..., O mãe de Deus vossa proteção traz a imortalidade; vossa intercessão, a vida20. Em vós, Senhora, tendo colocado toda a minha esperança e de vós espero minha salvação, . . . Maria é toda a esperança de nossa salvação, acolhei-nos sob a vossa proteção se salvos nos quereis ver; pois só por vosso intermédio esperamos a salvação21. Os querubins. A passagem bíblica dos querubins do propiciatório da arca da aliança (Êx 25.18-20), advogada pelos teólogos católicos romanos, não se re­veste de sustentação alguma, pois não existe na Bíblia uma passagem sequer em que um judeu esteja dirigindo suas orações aos querubins, ou depositando sua fé neles, ou lhes pagando promessas. Esse propiciatório era a figura da redenção em Cristo (Hb 9.5-9). A Bíblia condena terminantemente o uso de imagem de escultura como meio de cultuar a Deus (Êx 20.4, 5; Dt 5.8, 9). O culto aos santos e a adoração à Maria, à luz da Bíblia, não apresentam o catolicismo romano como religião cristã, mas como idolatria (1 Jo 5.21). Jesus disse: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás (M t 4.10). O anjo disse a João: Adora somente a Deus (Ap .19.10; 22.9). Pedro recusou ser adorado por Cornélio (At.10.25,26). Embora a Igreja Católica Apostólica Romana tenha declarado que a imagem de barro da Conceição Aparecida seja a Padroeira e Senhora da República Federativa do Brasil, consagrando o dia 12 de outubro a esse culto estranho às Escrituras Sagradas, os cristãos evangélicos, alicerçados na autoridade da Bíblia Sagra­da, declaram como Paulo: E toda língua confesse que JESUS CRISTO E O SENHOR, para glória de Deus Pai(Fl 2.11). Notas: 1 Aparecida, Capital Mariana do Brasil. Autor Professor. Oswaldo Carvalho Freitas, Editora: Santuário. Aparecida-SP p.85. 2 História de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Autor: Júlio j. Brustoloni, Editora: Santuário. Aparecida-SP p. 20 3 Mesmo livro citado, p. 20-21 — nota de rodapé 5. 4 Mesmo livro citado, p. 21 — nota de rodapé 6. 5 Mesmo livro citado, p. 21-22. 6 Mesmo livro citado, p. 43. 7 Mesmo livro citado, p. 346. 8 ldem — p. 347. 9 Dicionário Aurélio de Holanda Ferreira. 10 Enciclopédia de Norman Champlin e Paulo-SP. Vol 3, p. 206. 11 O Culto a Maria Hoje. Autores: Vários. Sob a direção de Wolfgang Beinert. Editora: Paulinas. São Paulo-SP p.33. 12 O mesmo livro citado. p. 33. 13 O mesmo livro citado. p. 33. 14 Diálogo Ecumênico. Autor: Estevão Bettencourt . Editora: Lúmen Caristi. Rio de Janeiro-Ri. p. 231. 15 Mesmo livro citado, p. 232. 16 Sermões. Autor: Padre Antonio Vieira. Editora: Lello & Irmãos. Porto —Portugal. 1 7 Atlas Histórico do Cristianismo. Autora: Andréa Dué. Editoras: Santuário / Vozes. São Paulo-SP p.72. 18 Glórias de Maria. Autor: Afonso Maria de Ligório. Editora: Santuário. Aparecida-SP p. 100 19 Mesmo livro citado, p.76. 20 Mesmo livro citado, p.2’7. 21 Mesmo livro citado, p.l47.
Fonte: Revista Defesa da Fé

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

UMA PALAVRA A UM BÊBADO.

Uma Palavra a um Bêbado
John Wesley - As Obras de John Wesley Vol. VI *
20-Set-2007


1. Tu és um homem? Deus te fez homem; mas tu fazes de ti mesmo uma besta. Em que um homem difere de uma besta? Não é, sobretudo, na razão e no entendimento? Mas tu jogas fora a razão que tens. Tu te despes de teu entendimento. Fazes tudo que podes para tornar-te uma mera besta; não um tolo, não um louco simplesmente, mas um porco, um pobre porco imundo. Vai rolar com eles na lama! Vai, bebe continuamente, até que tua nudez seja descoberta, e teu vergonhoso vômito seja para tua glória!

2. Ó, quão nobre é uma besta que Deus criou comparada a alguém que faz de si mesmo uma besta! Mas isto não é tudo. Tu fazes de ti mesmo um diabo. Tu fomentas todas as disposições diabólicas que há em ti, e adicionas outras, que talvez não havia em ti; no mínimo tu as intensificas e as reforças. Tu fazes com que o fogo da cólera, ou da malícia, ou da luxúria, seja sete vezes mais quente que antes. Ao mesmo tempo tu entristeces o Espírito de Deus, até que o conduzes para bem longe de ti; e qualquer fagulha de bem que resta em tua alma tu sufocas e suprimes de uma só vez.

3. Então tu estás agora realmente preparado para toda obra do diabo, tendo posto de lado tudo que é bom ou virtuoso, e enchido teu coração com tudo que é mau, isto é, mundano, carnal, diabólico. Tu forçaste o Espírito de Deus a apartar-se de ti, pois não aceitarias nenhuma de suas repreensões, e tens te rendido às mãos do diabo, para seres por ele levado de olhos vendados, à sua vontade.

4. Agora, o que poderia impedir que te acontecesse o mesmo que aconteceu àquele que foi perguntado qual era o maior pecado, o adultério, a embriaguez ou o assassinato, e qual dos três ele preferia cometer. Ele disse que a embriaguez era o menor. Logo depois ele estava bebendo; então se encontrou com a esposa de outro homem e a violentou. Vindo o marido ajudá-la, ele o assassinou. Assim, a embriaguez, o adultério e o assassinato vieram juntos.

5. Ouvi uma história de um pobre índio selvagem, bem mais esperto do que ele ou tu. Os ingleses lhe deram um barril de bebida forte. Na manhã seguinte ele reuniu seus amigos, e colocando-o no meio deles, disse, “Estes homens brancos nos deram veneno. Este homem” (chamando-o por seu nome) “era um homem prudente, e não feriria ninguém senão os seus inimigos, mas tão logo bebeu disto, ficou louco, e teria matado seu próprio irmão. Nós não seremos envenenados.” Ele então quebrou o barril, e derramou a bebida sobre a areia.

6. Por que motivo tu te envenenas assim? Apenas pelo prazer de te envenenar? Quê! Farás de ti mesmo uma besta, ou, antes, um diabo? Arriscarás cometer todos os tipos de vilanias, e isto apenas pelo insignificante prazer de poucos instantes, enquanto o veneno escorre por tua garganta? Ó, nunca te chames de cristão! Nunca te chames de homem! Tu estás afundado sob a maior parte das bestas que perecem.

7. Tu não bebes, antes, por causa dos companheiros? Não fazes isto para prestar um serviço aos teus amigos? “Por causa dos companheiros,” você diz? Como é isto? Tomarias uma dose de veneno para ratos por causa dos companheiros? Se vinte homens fizessem assim antes de tu, não desejarias ser escusado? Quanto mais podes desejar ser escusado de ir para o inferno por causa dos companheiros? Mas, “para prestar um serviço aos teus amigos”: que tipo de amigos são esses que se sentiriam gratos por tua própria destruição? Quem permitiria, e além disso, instigaria que fizesses assim? Eles são patifes. Eles são os teus piores inimigos. Eles são daqueles amigos que beijam tua face enquanto apunhalam teu coração.

8. Ó, não tenhas em vista qualquer desculpa! Não digas, como muitos, “Eu não sou inimigo de ninguém, senão de mim mesmo.” Se assim for, que pobre ditado é este, “Não dei nada além de minha própria alma ao diabo.” Ai! Isso não é demais? Por que darias a ele sua própria alma? Não faças isto. Antes, dá tua alma a Deus.

Mas não é assim. És um inimigo de teu rei, que roubas, por meio disto, de um proveitoso súdito. És um inimigo de teu país, que defraudas do serviço que poderias fazer, tanto como homem quanto como cristão. És um inimigo de todo homem que te vê em teu pecado, pois teu exemplo pode levá-lo a fazer o mesmo. Um bêbado é um inimigo público. Eu não me admiriaria nem um pouco se temesses (como Caim, antigamente) que “todo homem que te encontre te mate.”

9. Acima de tudo, és um inimigo de Deus, o grande Deus dos céus e da terra, daquele que te envolve de todos os lados, e pode neste instante enviar-te rapidamente ao inferno. Aquele que estás continuamente afrontando a sua face. Tu estás desafiando-o abertamente. Ó, não o provoques mais dessa forma! Temas o grande Deus!

10. És um inimigo de Cristo, do Senhor que te resgatou. Tu insultas a sua autoridade. Desprezas seu poder soberano e seu terno amor. Tu de novo o crucificas, e quando o chamas de teu Salvador, o que é isso menos do que “trai-lo com um beijo”?

11. Ó, te arrependas! Vejas e percebas que tu és desgraçado. Ores a Deus, para te convencer no íntimo de tua alma. Quantas vezes de novo crucificaste o Filho de Deus, e o expuseste ao vitupério! Ores para que possas conhecer-te a ti mesmo, interior e exteriormente, todo pecado, toda culpa, toda impotência. Então grites, “Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Cordeiro de Deus, tire os meus pecados! Conceda-me sua paz. Justifique o ímpio. Ó, conduza-me ao sangue da aspersão, para que eu possa ir e não pecar mais, e possa amar muito, tendo sido muito perdoado!

Tradução: Paulo Cesar Antunes

Opinião Calvinista da Queda da Ponte Distorce o Caráter de Deus

Roger Olson

The Baylor Lariat, 28 de agosto de 2007

Onde Deus estava algumas semanas atrás quando a ponte interestadual desmoronou em Minneapolis?

Eu cruzei essa ponte muitas vezes em meus quinze anos nas Cidades Gêmeas de Minnesota. Assistir ao desastre mostrado na televisão trouxe de volta algumas recordações. Pude visualizar onde os dois lados da ponte davam – o centro de Minneapolis em uma direção e a Universidade de Minnesota na outra.

Que catástrofe esquisita. Uma ponte moderna, aparentemente bem projetada, em uma área metropolitana importante, desmoronou num piscar de olhos sem qualquer sinal de perigo.

Algo semelhante podia acontecer a qualquer um de nós a qualquer hora. Coisas semelhantes acontecem conosco ou com pessoas exatamente como nós – inesperadamente, expectadores inocentes passando pela vida são desagradavelmente surpreendidos por alguma tragédia estranha.

Então, onde Deus está quando surge uma calamidade aparentemente sem propósito? Alguns religiosos dizem, “Foi a vontade de Deus.” Aqui, vamos nos concentrar apenas nos cristãos.

Um famoso autor e orador cristão pastoreia uma igreja a uma distância de uns dois quilômetros da ponte caída. Para ele e seus seguidores, Deus preordenou, planejou e indiretamente (se não diretamente) causou o evento.

Uma banda de música cristã popular canta “há uma razão” para tudo. Eles querem dizer que Deus torna todas as coisas certas e tem um propósito bom para tudo que acontece. O pastor e a banda são cristãos deterministas. Ambos por acaso crêem numa forma de teologia protestante chamada Calvinismo.

Esta teologia está arrastando milhares de jovens cristãos facilmente influenciáveis. Ela fornece uma resposta aparentemente simples para o problema do mal. Até mesmo o que chamamos mal é planejado e tornado certo por Deus porque ele é necessário para um bem maior.

Mas, espere. E quanto ao caráter de Deus? Então Deus é o autor do mal? A maioria dos calvinistas não querem dizer que sim. Mas a lógica parece exigir esta conclusão. Se Deus planeja algo e o torna certo, como Ele não é responsável por ele? É aqui onde as coisas ficam obscuras.

Alguns calvinistas dirão que Ele não é culpado porque Ele tem uma boa intenção pelo evento – tirar o bem dele, mas a Bíblia expressamente proíbe fazer o mal para que venha o bem.

Muitos cristãos conservadores se assustam com a idéia de que Deus está limitado. Mas o que acontece se Deus se limita para que muito do que acontece no mundo seja devido à finitude e degradação humana? O que acontece se Deus está no comando mas não no controle? O que acontece se Deus deseja que as coisas possam ser de outra forma e algum dia tornará perfeitas todas as coisas?

Esse parece mais o Deus da Bíblia do que a divindade que tudo determina do Calvinismo.

Neste mundo, por causa de nossa ignorância e corrupção, coisas realmente ruins muitas vezes acontecem e pessoas fazem coisas realmente más e perversas. Não porque Deus secretamente as planeja e as estimula, mas porque Deus disse às pessoas caídas, pecadoras, “Ok, não seja feita a minha vontade, mas a sua – por enquanto.”

E Deus diz, “Orem, porque às vezes eu posso intervir para impedir o sofrimento inocente quando as pessoas orarem; essa é uma de minhas auto-limitações. Eu não quero fazer tudo isto sozinho; eu quero seu envolvimento e participação para fazer deste um mundo melhor.”

É uma descrição diferente de Deus daquela com que a maioria dos cristãos conservadores cresceu, mas é a única (até onde posso dizer) que livra Deus da responsabilidade pelo pecado, pelo mal, pelo desastre e pela calamidade.

O Deus do Calvinismo me assusta; Eu não sei direito como distingui-lo do diabo. Se você sofreu influência do Calvinismo, pense em suas conseqüências para o caráter de Deus. Deus é grande mas também é bom. Em vista de todo o mal e sofrimento inocente no mundo, ele deve ter limitado a si mesmo.

Tradução: Paulo Cesar Antunes


Dr. Roger Olson é professor de teologia no George W. Truett Theological Seminary

FONTE: http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&task=view&id=724&Itemid=1

Opinião Calvinista da Queda da Ponte Distorce o Caráter de Deus

Roger Olson

The Baylor Lariat, 28 de agosto de 2007

Onde Deus estava algumas semanas atrás quando a ponte interestadual desmoronou em Minneapolis?

Eu cruzei essa ponte muitas vezes em meus quinze anos nas Cidades Gêmeas de Minnesota. Assistir ao desastre mostrado na televisão trouxe de volta algumas recordações. Pude visualizar onde os dois lados da ponte davam – o centro de Minneapolis em uma direção e a Universidade de Minnesota na outra.

Que catástrofe esquisita. Uma ponte moderna, aparentemente bem projetada, em uma área metropolitana importante, desmoronou num piscar de olhos sem qualquer sinal de perigo.

Algo semelhante podia acontecer a qualquer um de nós a qualquer hora. Coisas semelhantes acontecem conosco ou com pessoas exatamente como nós – inesperadamente, expectadores inocentes passando pela vida são desagradavelmente surpreendidos por alguma tragédia estranha.

Então, onde Deus está quando surge uma calamidade aparentemente sem propósito? Alguns religiosos dizem, “Foi a vontade de Deus.” Aqui, vamos nos concentrar apenas nos cristãos.

Um famoso autor e orador cristão pastoreia uma igreja a uma distância de uns dois quilômetros da ponte caída. Para ele e seus seguidores, Deus preordenou, planejou e indiretamente (se não diretamente) causou o evento.

Uma banda de música cristã popular canta “há uma razão” para tudo. Eles querem dizer que Deus torna todas as coisas certas e tem um propósito bom para tudo que acontece. O pastor e a banda são cristãos deterministas. Ambos por acaso crêem numa forma de teologia protestante chamada Calvinismo.

Esta teologia está arrastando milhares de jovens cristãos facilmente influenciáveis. Ela fornece uma resposta aparentemente simples para o problema do mal. Até mesmo o que chamamos mal é planejado e tornado certo por Deus porque ele é necessário para um bem maior.

Mas, espere. E quanto ao caráter de Deus? Então Deus é o autor do mal? A maioria dos calvinistas não querem dizer que sim. Mas a lógica parece exigir esta conclusão. Se Deus planeja algo e o torna certo, como Ele não é responsável por ele? É aqui onde as coisas ficam obscuras.

Alguns calvinistas dirão que Ele não é culpado porque Ele tem uma boa intenção pelo evento – tirar o bem dele, mas a Bíblia expressamente proíbe fazer o mal para que venha o bem.

Muitos cristãos conservadores se assustam com a idéia de que Deus está limitado. Mas o que acontece se Deus se limita para que muito do que acontece no mundo seja devido à finitude e degradação humana? O que acontece se Deus está no comando mas não no controle? O que acontece se Deus deseja que as coisas possam ser de outra forma e algum dia tornará perfeitas todas as coisas?

Esse parece mais o Deus da Bíblia do que a divindade que tudo determina do Calvinismo.

Neste mundo, por causa de nossa ignorância e corrupção, coisas realmente ruins muitas vezes acontecem e pessoas fazem coisas realmente más e perversas. Não porque Deus secretamente as planeja e as estimula, mas porque Deus disse às pessoas caídas, pecadoras, “Ok, não seja feita a minha vontade, mas a sua – por enquanto.”

E Deus diz, “Orem, porque às vezes eu posso intervir para impedir o sofrimento inocente quando as pessoas orarem; essa é uma de minhas auto-limitações. Eu não quero fazer tudo isto sozinho; eu quero seu envolvimento e participação para fazer deste um mundo melhor.”

É uma descrição diferente de Deus daquela com que a maioria dos cristãos conservadores cresceu, mas é a única (até onde posso dizer) que livra Deus da responsabilidade pelo pecado, pelo mal, pelo desastre e pela calamidade.

O Deus do Calvinismo me assusta; Eu não sei direito como distingui-lo do diabo. Se você sofreu influência do Calvinismo, pense em suas conseqüências para o caráter de Deus. Deus é grande mas também é bom. Em vista de todo o mal e sofrimento inocente no mundo, ele deve ter limitado a si mesmo.

Tradução: Paulo Cesar Antunes


Dr. Roger Olson é professor de teologia no George W. Truett Theological Seminary

FONTE: http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&task=view&id=724&Itemid=1

terça-feira, 11 de setembro de 2007

CONSELHO: "Voto de Minerva"

O quorum do Conselho inclui o pastor, logo ele PODE e DEVE votar, como os demais membros.Em caso de empate ele (o pastor) tem direito de dar o VOTO DE DESEMPATE (Também chamado de "voto de qualidade" ou ainda "voto de minerva"), votando, assim, excepcionalmente, duas vezes no mesmo assunto.
CI/IPB:
Quanto aos presidentes de Concílios compete - "Dar o seu voto nos casos de empate." (Vide Art. 8, "l" do Regimento do SC; Art. 9, "l" do Modelo de Regimento Interno para os Sínodos; Art. 8, "l" do Modelo de Estatuto para o Presbitério)
O Conselho TAMBÉM é um CONCÍLIO.Art. 59 da CI/IPB - "Os concílios da Igreja Presbiteriana do Brasil são assembléias constituídas de ministros e presbíteros regentes."Art. 60 da CI/IPB - ""Estes Concílios são: Conselho da Igreja, Presbitério, Sínodo e Supremo Concílio".
Por analogia, temos a fundamentação para o voto de Minerva do Presidente do Conselho.
Segundo Maria Helena Diniz (Professora Titular de Direito Civil na PUCSP. Leciona Direito Civil Comparado, Filosofia do Direito e Teoria Geral do Direito nos cursos de Pós-Graduação em Direito na PUCSP, onde também é Coordenadora da subárea de Direito Civil Comparado nos cursos de Pós-Graduação em Direito): Voto de Minerva "é aquele que compete ao Presidente de órgão colegiado, ou seja, de tribunal, de assembléias, de sociedade ou de entidade, para fins de desempate" (Dicionário Jurídico).Curiosidade:
Orestes, filho de Clitemnestra e Agamenon, viu a morte de seu pai pelas mãos de Egisto, amante de sua mãe. Ao tornar-se adulto, sob as ordens de Apolo e consideráveis apelos de Electra, Orestes matou Clitemnestra e seu amante. Perseguido pelas Eríneas, não pode se refugiar, sendo submetido a julgamento em Atenas. Como a decisão era tomada por 12 cidadãos, a votação terminou empatada. Diante de empate, Minerva (ou Atena), deusa da sabedoria, proferiu seu voto, desempatando o feito e poupando a vida de Orestes. Eis a razão da expressão voto de minerva (Também conhecido como voto de desempate ou voto de qualidade).

FONTE: http://consultorconstitucional-ipb.blogspot.com/
VISITE e PARTICIPE

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O Papa Foi Apenas O Papa

O Brasil é, sem dúvida, um país original. Considerado “o maior país católico do mundo”, 70% dos seus “fiéis” só pisam na Igreja em batizados, casamentos e enterros (inclusive o próprio), muitos freqüentam, simultaneamente, um centrozinho espírita ou um terreirinho de macumba, acreditando mais na reencarnação do que na ressurreição, e criaram uma “pérola” conceitual, em que se é não sendo: “católicos não-praticantes”. Uma parcela integra a categoria original dos “católicos, mas a meu modo”, ou seja, que segue o que quer, e não o que a Igreja ensina. Essa originalidade vai pegando em outros seguimentos religiosos, como “judeus, ao meu modo”, ou, inclusive, “anglicanos, ao meu modo”...
Aí nos chega o Papa, com os títulos de “Chefe da Cidade do Estado do Vaticano”, “Santo Padre”, “Sumo Pontífice”, “Vigário de Cristo”, e outras expressões modestas, cercado do aparato de “simplicidade” que lhe é peculiar, com um empurrãozinho da grande imprensa, e do governo de um pretenso estado laico, mas, embora todos sejam iguais perante a Lei, “alguns são mais iguais do que outros”.
Pois bem, esse “país católico” ficou chocado porque o Papa agiu como Papa, denunciou o que a sua Igreja denuncia, cobrou o que sua Igreja cobra, ensinou o que sua Igreja ensina. Mas que cara de pau! Que reacionário! Onde já se viu Igreja Católica condenar camisinha, defender celibato de padres, ser contra o divórcio e o re-casamento, as drogas, o “ficar”, a castidade, e outras esquisitices? Editorialistas ficaram furiosos porque ele foi contra não só o velho comunismo, mas o pujante e atual capitalismo. Religião é importante – como afirmou o teólogo Luiz Inácio Lula da Silva – para a espiritualidade pessoal, para a sociabilidade e para (minorar as conseqüências) da questão social. A sua assessoria secularista trabalhou bem sua afirmação espontânea.
Como evangélicos defendemos a separação entre Igreja e Estado, como instituições, e a igualdade de todas as entidades religiosas registradas perante a Lei, em direitos e deveres, sem privilégios ou discriminações. Temos que estar de olho no pretenso acordo que está sendo elaborado pelo Itamaraty entre o Brasil e o Vaticano. Mas isso não significa que cada religião, além de exigir disciplina para os seus fiéis, não possa expressar mensagens de conteúdo ético que visem o bem-comum de todos os cidadãos, nem que os seus fiéis pensem e ajam politicamente motivados e inspirados pelos valores, princípios e conceitos da sua fé.

Muita gente quer ser católica, porque essa é a tradição da família ou o status da maioria da população, sem que isso implique compromisso com o que aquela Igreja ensina ou exige, em matéria de doutrina ou de ética. Parece que Benedito XVI não está tão interessado nessa massa (embora não queira perdê-la), mas em uma minoria mais enxuta e mais coerente. Ele não pode ser acusado de “autoritário”, porque a sua Igreja é natural e estruturalmente monárquica, centralizada e hierárquica, em sua construção histórica, em sua origem posterior às Igrejas orientais, desde a lenda de Pedro como primeiro Papa, a “igreja verdadeira”, e coisas tais. Reclamar falta de “democracia” na Igreja Católica é, no mínimo, risível de parte do que resta da Teologia da Libertação, dos liberais, e dos setores da imprensa que quer fazer média e não mídia, e da massa de moderninhos, que querem o filé, mas não os ossos que estão incluídos no pacote. Ser ou não ser, continua uma atualíssima questão!
O Papa, com sua sinceridade, transparência e “amabilidade” alemã ajudou a colocar os pingos nos is. Isso facilita, a todos nós, a sermos concordes ou discordes com ele. É uma voz corajosa, e isso já é positivo. Tem atacado o secularismo materialista e anticristão, e isso o faz, nesse aspecto, um nosso aliado.
Com a alienação e a omissão dos protestantes, ou a incoerência dos católicos, esse País não vai muito para frente.
Papa é para essas coisas. Papa é isso mesmo. Quem não gostar que procure outro produto no amplo e competitivo mercado religioso!
Como Reformados, devemos ser o que sempre somos, e seremos.
Paripueira (AL), 15 de maio de 2007.
® 2007 Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano
Secretaria DiocesanaEscritório Maceió - AL(81) 9111.7172"O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você; ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não desanime!" (Dt.31:8).
IGREJA ANGLICANA DO BRASILARQUIDIOCESE THOMAS CRANMER COMUNHÃO ANGLICANA INDEPENDENTE"Amor Católico aos Pais da Igreja e Lealdade Bíblica à Reforma."

Familia


Graças sejam dadas a Deus

Protestantismo: Tradicionais Crescem Mais do Que Pentecostais?

Protestantismo: Tradicionais Crescem Mais do Que Pentecostais?

Tivemos a divulgação, durante a semana que passou, de duas pesquisas sobre a realidade religiosa no Brasil: uma amostra do Datafolha tomando o período 1996-2007 (começando em uma década e indo até outra década) e o exaustivo trabalho da Fundação Getúlio Vargas, baseada em dados atualizados do IBGE, referentes ao período 2000-2003 (procurando mensurar os primeiros anos de uma nova década). A diferença de metodologias e de períodos estudados é responsável por diferenças entre os resultados.

O Datafolha (1996-2007) é o único a mensurar os espíritas, mantidos com os mesmos percentuais (3%), e os “outras religiões”, com o crescimento de 4% para 5% (+1%). Os “sem-religião” teriam crescido de 5% para 6% (+1%). Para os pesquisadores daquele jornal paulista, no mesmo período teria havido um declínio do catolicismo romano de 74% para 64% (-10%), e um crescimento dos evangélicos pentecostais de 11% para 17% (+6%), e dos evangélicos não pentecostais de 5% para 6% (+1%). Os totais, em percentuais, para a pesquisa da Folha, seriam, então, hoje: 64% de católicos romanos; 17% de evangélicos pentecostais; 6% de sem-religião; 5% de evangélicos não-pentecostais; 5% de outras religiões e 3% de espíritas. A pesquisa ignora a diferença entre pentecostais (Assembléia de Deus, p.ex) e neo/pseudo-pentecostais (Igreja Universal do Reino de Deus, p.ex), o que impossibilita mensurar e comparar os dois grupos, que sabemos são profundamente diferentes.

A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, denominada: “Economia das Religiões: Mudanças Recentes” é um alentado trabalho de 53 páginas, elaborado por uma equipe técnica respeitável, e se propõe a averiguar uma nova década, século e milênio (2000-2003) em contraste com um período histórico maior (1872-2007). Nesse caso, o declínio de membros do catolicismo romano foi se acentuando com o tempo, tendo acelerado na última década do século passado, os anos 1990. Observemos algumas datas e percentagens: 1872: 99,72%; 1940: 95,01%; 1950: 93,48%; 1960: 93,07%; 1970: 91,77%; 1980: 88%; 1991: 83,34%; 2000: 73,89%. Ou seja, de 1872 a 2000 o catolicismo romano teria declinado 25,83%, mais da quarta parte dos seus seguidores, 9,45% somente no período 1991-2000.

Qual é, então, a grande novidade da pesquisa? O catolicismo romano inicia, por vários fatores, uma grande mudança nessa nova década, estagnando a perda dos seus fiéis: 2000: 73,79% vs. 2003: 73,89%. Não somente teria parado de cair, mas indicaria uma pequena reversão. Essas taxas, mais o crescimento demográfico médio totalizariam 139,24 milhões de católicos no Brasil hoje.

A categoria dos “sem-religião” (que no Brasil não significa, necessariamente, ateus, mas não-vinculados a instituições), que teria tido o seu primeiro e único aumento significativo na década de 1990, conheceria um declínio rápido e acentuado: 2000: 7,4% vs. 2003: 5,1%.

A segunda novidade: os evangélicos, na sua totalidade, continuariam crescendo, porém a índices mais modestos, e, nesse período, teriam avançado mais entre os “sem-religião” do que entre os católicos romanos. Vejamos: 2000: 16,2% vs. 2003: 17,9. Enquanto na década anterior o protestantismo cresceria mais de 1% ao ano, agora levaram três anos para alcançar índices semelhantes. Com projeção semelhante: taxa de crescimento + crescimento demográfico, os protestantes, em seu conjunto, seriam hoje 43,64 milhões de brasileiros.

Uma terceira novidade no estudo da FGV, é que no período atual, os evangélicos tradicionais (não-pentecostais), pela primeira vez em muitos anos, e mesmo que a percentagens modestas, teria crescido mais do que os pentecostais (aqui entendido, também, pentecostais e neo/pseudo-pentecostais juntos). Se, pelos cálculos de crescimento, os evangélicos teriam passado de 26,15 milhões em 2000 para 33,74 milhões de 2003 (com a percentagem mais crescimento demográfico seriam 43,57 milhões). Aí é que entra o fato novo do crescimento dos tradicionais:

2000: 26,15 milhões de Protestantes.
Pentecostais: 18,67 milhões.
Tradicionais (não-pentecostais): 7,48 milhões.

2003: 33,74 milhões de Protestantes.
Pentecostais: 23,57 milhões.
Tradicionais (não-pentecostais): 10,17 milhões.

Em resumo: a) espíritas e outras religiões estagnados; b) catolicismo parando de cair; c) sem-religião declinando; c) protestantes crescendo mais devagar, e mais à custa dos sem-religião do que dos católicos; d) protestantes tradicionais já crescendo, percentualmente, um pouco mais do que os pentecostais (lato senso).

Por um lado o grande guarda-chuva da Igreja de Roma apresenta cardápio com pratos para todos os gostos: teologia da libertação, renovação carismática, opus dei, focolare, romarias ao Juazeiro, devoções populares de padroeiros etc., e tem usado mais a mídia, aumentado o número de diáconos etc. Ou seja, está se movendo.

Por outro os escândalos morais, as frustrações de expectativas ou descoberta de se estar sendo manipulado, o cansaço com o emocionalismo, ou o legalismo, a busca de solidez bíblico-teológica, de raízes históricas e de estética, atingem, mais cedo ou mais tarde, seguidores do pentecostalismo e/ou do neo/pseudo-pentecostalismo, especialmente na classe média mais escolarizada. Essa decepção não é suficiente para que um contingente expressivo vire “sem-religião” ou opte por tomar as pílulas do frei Galvão... (Embora pesquisas na América Central registrem o retorno de filhos e netos do protestantismo pentecostal para o catolicismo romano).

Setores mais lúcidos do Pentecostalismo já falam na necessidade de um intercâmbio, e uma síntese, benéficos entre o seu entusiasmo e a história e a teologia dos tradicionais. No que recebem a concordância de muitos desses. O problema é quando muitos tradicionais já jogaram fora qualquer “tradição”, e não têm qualquer elemento diferenciado para contribuir.

Creio que está mais do que na hora das Igrejas históricas – sólidas em suas tradições, flexíveis em suas abordagens – com humildade, mas sem falsa modéstia, repensarem e aprofundarem a sua identidade, contribuindo para a sanidade do todo religioso brasileiro, participando da construção do futuro. Afinal de contas, nós temos estrada...

Recife (PE), 10 de maio de 2007.

® Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo DiocesanoSecretaria DiocesanaEscritório Maceió - AL(81) 9111.7172"O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você; ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não desanime!" (Dt.31:8).
IGREJA ANGLICANA DO BRASILARQUIDIOCESE THOMAS CRANMER COMUNHÃO ANGLICANA INDEPENDENTE"Amor Católico aos Pais da Igreja e Lealdade Bíblica à Reforma."

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Tragédia da TAM - SÚPLICA PELOS QUE CHORAM

Pai Celestial, hoje erguemos nossas vozes em intercessão pelos que choram seus mortos. Reconhecemos que és Deus de amor e bondade, Deus de toda consolação, pleno em compaixão e rico em misericórdia, e por isso clamamos que derrames sobre todos os corações porção suficiente de tua paz que excede todo o entendimento. Rogamos que tomes pela mão aqueles que estão perdidos em meio à escuridão, amedrontados no vale da sombra da morte, e os conduza em serenidade para a luz, dando-lhes novo frescor para a alma, renovando-lhes a esperança para a construção do amanhã, firmando-lhes os pés para a continuação da jornada, devolvendo-lhes a força para viver. Rogamos que enxugues cada lágrima, recebendo-as como a mais pura oração, acolhendo-as como tributos aos que se foram, dando-lhes sentido e significado, transformando-as em memórias felizes e lembranças de amor e saudade que produzam frutos de vida. Rogamos que com tua presença amorosa preenchas o vazio deixado pelas ausências, suprindo as faltas, recolhendo em teu colo de Pai cada um dos que hoje choram e dando-lhes a provisão em resposta às suas aflições, angústias e medos, mostrando-te companheiro e parceiro para a vida que segue. Rogamos que consoles as mães e pais que perderam seus filhos e filhas, os apaixonados que perderam seus amores, as crianças que perderam seus pais, os amigos que perderam seus pares, e que derrames porções de amor suficiente para que a falta dos que se foram seja redimida por reconciliações, aproximações e aprofundamento dos laços de afeto de todos quantos ainda temos vida e oportunidade de amar. Rogamos a ti, que és o Senhor da vida, que detenhas o poder da morte, e cuides dos que estão vestidos de luto para a que a morte de seus amados não lhes roube a alegria de viver; clamamos que detenhas o poder destrutivo desta tragédia, inspirando atos de solidariedade, compaixão e comunhão; e suplicamos que transformes a indignação e revolta destes dias em sementes que floresçam para a beleza e frutifiquem para a justiça. Rogamos, nosso Pai, que fortaleças aqueles que perderam seus amados para que ergam memoriais de honra aos que se foram, para que vençam a morte com a insistência em viver, o medo com fé, a desesperança com a insistência em semear a terra regada pelo sangue dos inocentes. Pai Celestial, em nome de teu Filho Jesus, que venceu a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade, rogamos que envies teu Espírito Santo a consolar todos os que choram, a cuidar dos que estão com o coração quebrantado e a por, sobre os que de luto estão, uma coroa em vez de cinzas, vestes de alegria ao invés de pranto, manto de louvor ao invés de espírito angustiado, afim de que se levantem como carvalhos de justiça, para a tua glória. Amém.
© 2007 Ed René Kivitz